No sábado encontrei no Forum um professor meu do 9º ano de Ed. Física, numa loja de roupa. Enquanto ambos esperávamos pelas nossas companhias estivemos a conversar. Quando ele vem ao meu encontro e nos cumprimentamos e depois dos habituais "olá" "tudo bem", pergunta:
- Já se passaram, quê?! Uns oito anos?
- Dez! Foi no ano lectivo de 96/97. - respondo eu.
A conversa continua, não me lembro obviamente do diálogo tal e qual e a ordem cronológica de certos temas também poderá não estar bem. Mas resumindo, ele pergunta-me o que faço, supondo que já tenho curso... eu respondo que infelizmente não... a conversa do costume quando se fala no assunto, eu digo também como de costume que nunca gostei muito da terra, e ele como muita gente a rir-se diz que não parece (isto surgiu mais à frente, mas pronto)... começamos a falar do curso em si, perguntou-me se já tinha alguma coisa em ideia quando terminar, falei-lhe numa certa empresa/fábrica, ele deu-me a opinião dele e discutimos a coisa e falou-me de outras áreas ligadas à mecânica e até mesmo que tendo espírito inovador que era uma boa área até em pequenas fabriquetas/oficinas, parecia perceber bem mais do assunto que eu e aí confessei que isso já era mais complicado, porque aquela não era propriamente uma área que gostasse para ter tal espírito, foi uma opção em termos de saídas profissionais, aliás, poucas escolhas tinha com a média miserável de secundário, e continuei, dizendo que na altura gostava mais de algo ligado à biologia, aliás, Biologia teria sido o curso, se não tivesse sido inconsciente e só me tivesse preocupado em passar no secundário ano após ano sem ligar às notas e médias.
Começa-me a dar o exemplo de um professor dele da Universidade, que era grande crânio e estava a tirar um curso com grandes notas quando se apercebeu que não era aquilo que gostava e decidiu que iria mudar, mesmo contra a vontade dos país. Tirou o novo curso, e prosseguiu com o doutoramente e essas coisas...
Depois falou no exemplo de um irmão, tem o curso de Arquitectura e faz carreira na área do Design, porque é uma pessoa muito criativa e com auto-iniciativa, essas coisa que só alguns felizardos possuem.
Fazendo uma pausa no diálogo e comentando a minha situação, não é o meu caso (mudar de curso), depois de tanto tempo em Viseu só me interessa acabar este cabrão deste curso, e criatividade e iniciativa para seguir outra coisa não há em mim. Não tem propriamente a ver mas de vez em quando digo, que quando acabar o curso e começar a trabalhar, vou aprender a tocar guitarra, e a minha irmã ri-se, até eu, mas falo a sério. E nem falo com o intuito de um dia tentar fazer disso carreira, apenas como uma coisa que um dia gostaria de aprender a fazer.
Continuando, a mulher dele apareceu, despedimo-nos com um forte aperto de mãos e lá foi ele. Adorei aquele pedaço de tempo em que estive a conversar com ele, adorei mesmo, e o que escrevi foi mesmo só um resumo. Pena só termos falado de mim, nem sei se ainda está na mesma escola, sei que há uns anos também dava aulas num ginásio onde andou a minha prima... mas mesmo assim gostei, não que a conversa me tenha aberto os olhos, não mudo, conheço-me bem demais, mas mesmo assim foi uma conversa interessante.